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Mulheres na liderança: obstáculos e expectativas

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Quais os desafios das mulheres líder aos dias de hoje? Como é que os mesmos podem ser ultrapassados? No mês do Dia Internacional da Mulher, Anabela Basílio, Area Manager da Nortempo Norte, foca as transições que já têm vindo a acontecer dentro das empresas e o caminho que ainda falta percorrer para atingir a equidade.

1.     Portugal é líder, na força de trabalho na União Europeia, em termos de paridade de género, contudo, é possível verificar-se uma disparidade na progressão profissional, onde apenas 6% das mulheres ocupam cargos de liderança. Na tua opinião, quais os obstáculos que o mercado português enfrenta no que toca à contratação de mulheres em posições de liderança?

O número de mulheres em posições de liderança tem vindo a aumentar, não obstante, existem obstáculos à progressão feminina para os níveis mais altos da hierarquia organizacional. As normas culturais e sociais, assim como as responsabilidades e papéis das mulheres, surgem como algumas das barreiras que visam justificar a menor presença feminina em cargos de topo.

 2.     Consideras que, em comparação com alguns anos atrás, a contratação de mulheres em posições de liderança aumentou?

Sim. As organizações têm vindo, em certa medida, a acompanhar as transformações sociais e culturais contemporâneas, o que implica a necessidade premente de reformular e ajustar os modelos de liderança relativamente ao género e às expectativas associadas aos papéis.

 3.     Quais as expectativas que existem para as mulheres líderes no mercado português?

Há que continuar a investir vs. acreditar e a “contrariar as tendências”! Mulheres na liderança são uma parte importante de qualquer empresa bem-sucedida. É fundamental para o sucesso e a sustentabilidade a longo prazo de qualquer negócio.

4.   Num estudo desenvolvido por McKinsey & Company, 79% dos colaboradores que trabalham em empresas com uma elevada percentagem de liderança feminina, estão satisfeitos com a sua organização. Quais as expectativas que os colaboradores têm quando são liderados por mulheres?

Uma liderança no feminino é caracterizada por ser mais assertiva e persuasiva, mas simultaneamente mais flexível, empática e resiliente. Consequentemente, uma liderança no feminino leva uma empresa a ser mais inclusiva, colaborativa, persistente e sem medo de guiar pelo exemplo.

No entanto, existem outras características femininas que favorecem o seu sucesso na área corporativa. A capacidade de observação do todo dá às mulheres uma habilidade de integrar melhor com as equipas, permitindo harmonia no ambiente de trabalho. Esse equilíbrio favorece a tomada de decisões mais coesas e efetivas.

5.   Quais as indústrias / setores que possuem menos mulheres em posições de liderança?

As disparidades entre os géneros denotam-se mais em empresas de grande dimensão, bem como em setores como o tecnológico, da construção e da energia.

6.     O que é que estas indústrias / setores poderiam fazer para contratar e conseguir reter talento feminino em posições de liderança?

Se analisarmos o que realmente determina se a liderança é eficaz e eficiente, ou seja, se nos debruçarmos sobre as características de liderança, que distinguem um homem de uma mulher, podemos verificar que, tanto as características de um como de outro são necessárias para o alcance de uma boa performance organizacional.
Embora este processo seja lento e gradual, as mulheres estão a posicionar-se de forma a conseguir alcançar ainda mais sucesso no futuro.

7.     Um relatório (da Women Leaders Index) desenvolvido pelo Global Government Forum dá conta de que no Canadá, existem 51,1% de mulheres em cargos de liderança no setor público, tornando-o o único país do G20 a atingir a paridade de género. Achas que Portugal alguma vez chegará a este patamar? O que nos falta para conseguirmos lá chegar?

Podemos entender as “elites políticas” como o elo de ligação privilegiado entre a sociedade civil e a ação política e como agentes fundamentais no impulsionamento da mudança social, pelo que a forma como elas próprias se estruturam e reproduzem é essencial, não apenas para a compreensão dos mecanismos de uma desigualdade que é estrutural e que perpassa os diferentes sectores da sociedade, como para o seu equilíbrio.

Os novos modelos de liderança categorizados como pós-heroicos, isto é, estilos que já não assentam na imagem do líder como um herói absoluto, desafiam as formas dualistas de análise da liderança e propõem uma compreensão mais dialética das caraterísticas dos líderes baseada na multidirecionalidade das interações sociais e das redes de influência, diminuindo assim o impacto das caraterísticas masculinas na liderança. Com esta tendência, poder-se-á inverter e conseguiremos atingir a paridade de género.