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De que forma o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional do colaborador influencia a empresa

De que forma o equilibrio entre a vida pessoal e profissional do colaborador influencia a empresa
É cada vez mais importante aprendermos a desligar e saber diferenciar a vida pessoal da profissional. É, assim, com base neste equilíbrio que entrevistamos Diana Ribeiro, Account Specialist Junior da Nortempo Porto, onde a mesma nos alerta para a importância desta temática e que de maneira é que a área de Recursos Humanos pode influenciar.

Diana, o que consideras ser o equilíbrio perfeito entre a vida pessoal e profissional?

Como pessoa que preza o equilíbrio a todos os níveis, considero que a conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional é um ponto importante no quotidiano de todos os profissionais. É necessário organizar o dia-a-dia de forma que nenhum dos planos interfira com o outro, procurando que as questões privadas não interfiram no período de trabalho, e que as questões profissionais não interfiram a nível pessoal, é esse o ponto-chave deste equilíbrio. Além disso, não podemos ser bons profissionais, se não estivermos bem, nem cuidarmos de nós. Essa é uma das principais razões pela qual é necessário que exista equilíbrio entre a esfera profissional e pessoal. Obviamente, por vezes não é simples fazer esta separação, sobretudo quando há um enorme desejo por explorar diferentes áreas a nível profissional. No entanto, o trabalho não pode tirar qualidade de vida às pessoas, deve sim, acrescentá-la.

Na tua rotina laboral/pessoal, adotas algum tipo de comportamento para manteres o equilíbrio entre ambas?

Procuro sempre concluir as questões laborais no horário laboral para que não interfiram com o tempo de descanso junto da minha família, e, no outro sentido, procuro disfrutar do tempo em que posso estar com a família e amigos, a aproveitar os momentos de lazer. Há estratégias que podemos utilizar, como por exemplo o planeamento do dia de trabalho, sabendo que ao final do dia, quando fecharmos a porta do escritório, os objetivos planeados deverão ter sido cumpridos. Essa sensação de ‘dever cumprido’ ajuda a que, no domínio privado, possamos focar-nos apenas nas questões pessoais. A mesma lógica se segue para que as questões privadas não interfiram no domínio profissional, pois, se tivermos a sensação de que estivemos totalmente focados e presentes para com a nossa família, amigos e mesmo para connosco próprios, quando estivermos no domínio profissional, iremos ser capazes de nos focar apenas nesse campo.

Na tua opinião, quais as consequências da ausência desse equilíbrio para o desempenho laboral dos colaboradores?

O desequilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional tem consequências tanto num espectro como no outro, é um ciclo em que um está ligado ao outro e vice-versa. Quando as preocupações laborais ultrapassam o seu meio, a vida pessoal é afetada na qualidade e quantidade de tempo com aqueles que nos são próximos. Isto, por contrapartida, afeta também o desempenho laboral, dado que leva à desmotivação do colaborador. A intromissão de questões pessoais no local e tempo laboral, diminui o desempenho devido ao desvio do foco, da atenção e dos esforços na resolução das tarefas, o que leva também à desmotivação pela diminuição da capacidade de demonstrar o seu potencial completo.

Acreditas que este equilíbrio deve ser criado pela empresa ou pelo trabalhador?

Penso que ambos têm um papel a desempenhar na procura pelo equilíbrio, dado que são ambos beneficiários. O trabalhador deve ter a capacidade de organizar a sua agenda e separar os tempos de trabalho e os tempos pessoais, mas a empresa deve, por sua vez, conseguir propiciar as condições para tal.  Cada vez mais, para que as empresas consigam reter talentos, é necessário que adotem práticas de flexibilidade no trabalho. Até então, a estabilidade na carreira era uma das, ou até mesmo a principal prioridade numa decisão de emprego. Atualmente isso mudou, aspetos como o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são prioritários para as pessoas, pois, a qualidade de vida reflete-se na produtividade no domínio profissional. Neste sentido, procura-se que a empresa respeite as prioridades de cada um, quer a nível pessoal, quer profissional e seja cada vez mais flexível a diferentes cenários.

Qual o papel dos Recursos Humanos neste contexto?

Os Recursos Humanos devem procurar perceber junto dos colaboradores da empresa aquilo que os mesmos mais privilegiam, para que a empresa consiga acompanhar, dentro daquilo que for possível, tendo em conta a cultura organizacional da mesma. A flexibilidade no trabalho ainda é um desafio para as empresas, em que, algumas delas poderão necessitar fazer uma mudança na sua cultura, e é aqui que os Recursos Humanos têm um papel principal. Devem procurar perceber aquilo que é melhor, quer para a empresa, quer para os colaboradores e procurar adotar estratégias que provam este equilíbrio entre ambas as partes, procurando sempre eficácia e eficiência. Para promover flexibilidade no trabalho, é necessário que o trabalho por objetivos exista, ou seja, cada gestor deve ter objetivos muito bem definidos que devem ser impostos a toda a equipa e a cada colaborador em particular, permitindo que seja medido o desempenho real de cada colaborador e, consequentemente, lhe seja dada a flexibilidade de que precisa.

Na tua visão, quais as soluções que a organização pode criar para os seus colaboradores alcançarem o tão desejado equilíbrio entre a vida pessoal e profissional?

Existem algumas medidas que funcionam como chaves no que à flexibilidade laboral diz respeito. Tendo em conta a importância que é dada ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, as formas de trabalhar e de conceber o escritório também deverão acompanhar esta tendência. Como exemplo temos a prática de horários flexíveis, ou seja, ter a possibilidade de escolher o horário de entrada e saída, dentro de um intervalo estipulado (sempre que o tipo de indústria/setor o permita), possibilita que exista uma maior organização da vida pessoal de cada colaborador. Além disso, a prática de trabalho remoto, em regime híbrido, pois, o teletrabalho permite uma maior mobilidade do colaborador, o que ajuda em questões de organização pessoal e também proporciona uma poupança de rendimento e de tempo (por não existir necessidade de deslocações). Além disso, a implementação de benefícios sociais, como por exemplo, seguros de saúde, descontos no ginásio e/ou parcerias com restaurantes, que acabam por facilitar a vida pessoal de todos os colaboradores e os façam sentir-se motivados para continuar a trabalhar na empresa atual. Cada vez mais estes benefícios socias têm peso na escolha de uma empresa em detrimento de outra.

Para ti, qual a importância de abordar esta temática na comunicação interna da organização?

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é, cada vez mais, um dos fatores que os colaboradores privilegiam na escolha de uma empresa em detrimento de outra. Proporcionar este equilíbrio é uma das formas de reter talento nas empresas. Sendo algo tão importante e que contribui para o aumento da produtividade da empresa, é obviamente necessário que seja abordado internamente numa organização. É importante que os colaboradores sintam que são valorizados e que é uma preocupação por parte da empresa proporcionar-lhes tal flexibilidade e equilíbrio levando a que, consequentemente, os colaboradores se sintam motivados e melhorem a sua produtividade na empresa.